Segurança Alimentar

Higienização das Mãos: A Segurança dos Alimentos Começa Pelas Mãos da Equipe

A higienização correta das mãos é uma das práticas mais importantes dentro de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Apesar de simples, o ato de lavar as mãos de forma adequada reduz significativamente o risco de contaminação cruzada e de doenças transmitidas por alimentos (DTA).

Neste artigo, vamos entender por que essa prática é indispensável, quais são os momentos críticos em que deve ser realizada e como deve ser feita corretamente.

As mãos são uma das principais vias de transmissão de microrganismos. Durante a manipulação dos alimentos, o contato com superfícies, utensílios e até mesmo o rosto pode favorecer a contaminação.

Estudos demonstram que microrganismos como Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus podem permanecer ativos nas mãos e serem transferidos facilmente para os alimentos, comprometendo a saúde do consumidor.

Assim, a prática da higiene das mãos não é apenas uma exigência legal, mas também uma medida essencial de proteção para toda a cadeia alimentar.

Segundo a RDC nº 216/2004 da Anvisa, existem momentos em que a higienização deve ser obrigatoriamente reforçada:

  • Antes de iniciar o trabalho ou retornar de intervalos;
  • Antes e após manipular alimentos crus;
  • Após tossir, espirrar, assoar o nariz ou tocar no rosto;
  • Após utilizar os sanitários;
  • Após recolher lixo ou limpar superfícies/utensílios;
  • Sempre que houver risco de contaminação cruzada.

A lavagem das mãos deve seguir um passo a passo adequado para ser eficaz. O Ministério da Saúde recomenda a seguinte sequência, que deve durar de 40 a 60 segundos:

  1. Molhar as mãos e aplicar sabonete líquido inodoro antisséptico.
  2. Ensaboar as palmas, o dorso, entre os dedos e os polegares.
  3. Friccionar as unhas e pontas dos dedos contra a palma da mão oposta.
  4. Enxaguar bem em água corrente.
  5. Secar com papel toalha descartável não reciclável.
  6. Fechar a torneira usando o papel toalha.
  7. Aplicar álcool gel 70% nas mãos se o sabonete não for antisséptico e deixar secar naturalmente.

Quando não for possível lavar com água e sabão, pode-se usar álcool gel 70%, desde que as mãos não estejam visivelmente sujas.

De nada adianta ter apenas instruções no manual de boas práticas se os manipuladores não compreenderem a importância da higienização das mãos.
Dinâmicas práticas, como o uso de tinta colorida com olhos vendados, ajudam a demonstrar os pontos que costumam ser esquecidos durante a lavagem (como polegares e unhas).

Essas ações de sensibilização são estratégias eficazes para reforçar o compromisso da equipe com a segurança dos alimentos.

A higiene das mãos é uma barreira essencial contra a contaminação dos alimentos e a disseminação de doenças. Além de atender às exigências da legislação sanitária, é uma medida de cuidado com a saúde de todos os consumidores.

O papel do nutricionista, gestor ou responsável técnico é garantir não apenas a disponibilidade de estrutura adequada para higienização, mas também investir constantemente em treinamentos que reforcem essa prática tão simples e vital.

Postagens relacionadas